PARAKARATECAS
Texto escrito por Gustavo Abdel para o Correio Popular
Débora Knihs, de 31 anos, e Ageu Rodrigues, de 67, estão escrevendo uma importante página na história do caratê nacional. Ela, atual campeã brasileira, e ele, vice-campeão brasileiro, preparam-se para mais uma etapa nacional, com o foco no mundial de outubro, na Áustria. Dedicação e seriedade são incorporadas aos dois quando entram no dojô (local de treino) do mestre Valmir Zuza, de 52 anos, um dos principais nomes do esporte no Brasil.
Débora é deficiente visual desde os 12 anos e Ageu, desde os 3, no entanto vislumbram a possibilidade de se tornarem um dos precursores na modalidade PCDs (pessoas com deficiências) do caratê).
Ageu mora em Hortolândia e treina na Bonsai Jyuku, em Campinas, há quatro anos. Já foi jogador de futebol, fez jiu-jítsu e duas vezes na semana recebe os ensinamentos do Sensei Valmir Zuza, medalhista, e diretor da Federação Paulista de Karatê. Há oito anos Débora deixou Brusque (SC) e veio morar em Campinas.
Ela fazia atletismo na sua terra e hoje pratica o caratê com Zuza. “Bom dia. Que horas vai ser o treino?” Desde então essa é a primeira mensagem que Débora envia todos os dias ao mestre. Ela treina cinco vezes por semana, durante 1h30. Zuza disse que a partir de agora vai estender mais uma hora na rotina de Débora. “A categoria que ela vai participar no mundial é aberta para todas as faixas de graduação”, disse. De 27 katas (sequência de movimentos em avaliação na competição, não há luta), Débora conhece três, e Ageu seis. “O caratê fez aumentar meu equilíbrio emocional, minha mobilidade, noção de espaço e me ajuda a enfrentar a vida”, contou Rodrigues. “Me considero a primeira que deu a cara a bater nessa modalidade e espero muito representar o País no mundial”, disse Débora.
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